Como gerenciar jovens talentos de TI

Profissionais da geração Y têm atitudes diferentes e exigem estratégias de gestão diferenciadas para realização das atividades com motivação.

Com a falta de mão de obra especializada, as empresas estão constantemente contratando recém-formados ou universitários de cursos de TI, com idade entre 20 e 25 anos, que fazem parte da chamada geração Y. São talentos com atitudes e prioridades bem diferentes dos que já estão no mercado de trabalho há mais tempo.

Os profissionais das décadas de 80 e 90 cresceram na era digital, vivem em um mundo de paz e progresso em geral e possuem personalidade diferente de seus antecessores. Portanto, também devem ser gerenciados e tratados de forma diferente.

Para extrair o máximo valor desses jovens profissionais, gerentes e executivos de TI devem entender que muitas vezes os primeiros obstáculos são os padrões da empresa, como proteção excessiva aos novatos, tarefas monótonas ou falta de investimento em capacitação.

Jonathan Hassell, consultor da empresa norte-americana 82 Ventures Mídia, estudou como melhorar o desempenho dos talentos do século atual, não apenas em companhias de tecnologia, mas em qualquer ambiente corporativo.

Veja a seguir três dicas que ele recomenda para retenção da geração Y.

1-Abra espaço para o diálogo
Todos nós ouvimos que “não se aprende tudo de uma vez”. Evitar que os jovens profissionais cometam erros não os beneficia em nada, muito pelo contrário. Você está privando-os de experimentar o que funciona e o que não funciona. Eles vão errar muitas vezes e precisam aprender a assumir falhas.

Proteger os talentos para evitar que eles fracassem também é ignorar o princípio básico de crescimento profissional (cometer erros, gerar problemas e corrigi-los para adquirir maturidade). E, claro um erro cometido por um recém-formado não tem o mesmo peso para os negócios que os de posição mais elevada e com mais responsabilidade.

Dê oportunidade para que os jovens talentos tomem iniciativas e vejam o que acontece. Eles irão apreciar a capacidade de lidar com tarefas reais que geram impactos nas suas atividades, mas vão precisar de apoio o tempo todo. Precisam ser guiados.

2- Dê razão e não ordens
Na vida atarefada do século 21 com executivos estressados e menos tempo do que o recomendado, é fácil recorrer e dar ordens para que seus subordinados simplesmente cumpram e segam todas as orientações normalmente.

Não se engane. Em alguns casos, os pedidos são uma forma válida de fazer as coisas funcionarem, especialmente quando há problemas e crises a serem resolvidos. Em outros casos, no entanto, o que funciona é um processo cuidadoso e cauteloso de lidar com os novos profissionais.

É importante chamá-los para debates e conversas sobre a melhor maneira de executar uma tarefa, avaliando alternativas e propostas do CEO da companhia.

3- Invista em treinamento
O treinamento é talvez a parte mais importante do desenvolvimento profissional, no entanto, a maioria das organizações não coloca essa ação em prática.

Por quê? Os especialistas chamam de “roubo falso intelectual”. Ou seja, os gestores temem que ao investirem em novos talentos gastarão orçamentos limitados de treinamento com seus subordinados diretos. Há ainda o receio de treinar esses profissionais e perdê-los para a concorrência, às vezes com salários bem mais altos.

A geração Y é cheia de vontade de aprender e anseia aprender novas habilidades e ter oportunidade para experimentar coisas novas. Eles vão tirar proveito de cada programa de treinamento, diz o especialista.

 

Por Computerworld/Espanha